Ruth Rocha nasceu em 1931 na cidade de São
Paulo. Filha dos cariocas Álvaro de Faria Machado, médico, e Esther de
Sampaio Machado, tem quatro irmãos, Rilda, Álvaro, Eliana e Alexandre.
Teve uma infância alegre e repleta de livros e gibis. O bairro de Vila
Mariana, onde morava, tinha nessa época muitas chácaras por onde Ruth
passava, a caminho da escola - estudava no Colégio Bandeirantes. Mais
tarde, terminou o Ensino Médio no Colégio Rio Branco.
É graduada em Sociologia e Política pela Universidade de São Paulo e
pós-graduada em Orientação Educacional pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Casada com Eduardo Rocha, tem uma filha, Mariana e
dois netos, Miguel e Pedro.
Durante 15 anos (de 1956 a 1972) foi orientadora educacional do Colégio
Rio Branco, onde pôde conviver com os conflitos e as difíceis vivências
infantis e com as mudanças do seu tempo. A liberação da mulher, as
questões afetivas e de auto-estima foram sedimentando-se em sua
formação.
Começou a escrever em 1967, para a revista Claudia, artigos sobre
educação. Participou da criação da revista Recreio, da Editora Abril,
onde teve suas primeiras histórias publicadas a partir de 1969. “Romeu e
Julieta”, “Meu Amigo Ventinho”, “Catapimba e Sua Turma”, “O Dono da
Bola”, “Teresinha e Gabriela” estão entre seus primeiros textos de
ficção. Ainda na Abril, foi editora, redatora e diretora da Divisão de
Infanto-Juvenis.
Publicou seu primeiro livro, “Palavras Muitas Palavras”, em 1976, e
desde então já teve mais de 130 títulos publicados, entre livros de
ficção, didáticos, paradidáticos e um dicionário. As histórias de Ruth
Rocha estão espalhadas pelo mundo, traduzidas em mais de 25 idiomas.
Monteiro Lobato foi sua grande influência. Em sua obra, essa influência
se traduz pelo seu interesse nos problemas sociais e políticos, na sua
tendência ao humor e nas suas posições feministas.
Seu livro de forte conteúdo crítico, “Uma História de Rabos Presos”,
foi lançado em 1989 no Congresso Nacional em Brasília, com a presença de
grande número de parlamentares. Em 1988 e 1990 lançou na sede da
Organização das Nações Unidas em Nova York seus livros “Declaração
Universal dos Direitos Humanos” para crianças e “Azul e Lindo – Planeta
Terra Nossa Casa”.
Participou durante seis anos do programa de televisão Gazeta Meio-Dia como membro fixo da mesa de debates.
Em 1998 foi condecorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com a
Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.
Ganhou os mais importantes prêmios brasileiros destinados à literatura
infantil da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, da Câmara
Brasileira do Livro, cinco Prêmios “Jabuti”, da Associação Paulista de
Críticos de Arte e da Academia Brasileira de Letras, Prêmio João de
Barro, da Prefeitura de Belo Horizonte, entre outros.
Seu livro mais conhecido é “Marcelo, Marmelo, Martelo”, que já vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Em 2002 ganhou o prêmio Moinho Santista de Literatura Infantil, da
Fundação Bunge. Também nesse ano foi escolhida como membro do PEN CLUB –
Associação Mundial de Escritores no Rio de Janeiro.
Atualmente é membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta.